Sagrada Sagarana
Jagunços, terra seca
A boiada é Boiadeira
O cerrado é a bandeira
Dessa gente brasileira
No meio de tanto sofrimento
Águas sujas, filhos sedentos
Barreiros viram artesanato
E a arte do capim do mato
Já não traz padecimento
Montanhas ao longe?
Mar salpicante?
Que nada acorde
Nos livre da morte
Oh! Trabalho edificante
Os sons são assim mesmo
É a marcação, do sertanejo
Zabumba choro barroco
Erudito, farinha e queijo
Toucinho de pele de porco
Manteiga, doce e confeitos
Tudo é arte nesta terra
Tem Culinária da Benta
Bolo de milho em farelo
Agente ta que não se agüenta
No pica-pau-amarelo
No leito do são Francisco
O sertão sou eu, e todos
Guimarães e suas belezas
Água pura sem lodo
Dos grandes sertões veredas
Quanto maior o sofrimento
mais a arte é visceral
surge do pobre lamento
flores no lamaçal
estamos no sertão reinante
do negro, sertanejo e retirante
Nas noites de são joão
Num romance vidas secas
O mar vai virar chão
Baleia em pleno sertão?
Cadela sem leite nas tetas
Já disse meu primo argemiro
Aquele das bandas do rio
Que na maleita e na bravura
E na conversão de Tatarana
Consagra a literatura
na sagrada Sagarana
calango
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