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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Ramirez

O quanto ela sabia dele, ninguém ousava dizer. Nem mesmo a moça conhecia muito bem os caminhos que a fizeram chegar ali. Apenas caminhava. Na rua deserta, de um domingo escaldante, Rosa só pensava em uma coisa: queria estar lá. Mas como o universo gosta de brincar com a cara de quem o trata bem, o que alguns chamam de destino, a moça precisou ir embora.  “Desisti foi de mim, não de você” era o que ela escrevera no guardanapo amassado deixado em cima da mesa do flat com a caneta Bic quatro cores que levava consigo onde quer que ia. Na hora o cheiro de chulé, bagunça e mofo que o lugar; depositório de putas, drogas e casos; a acalentou. Não disputava com nada o lugar dela no coração e vida do rapaz, pois assim ficariam mais tempo juntos, seu objetivo primordial na relação. Sentia-se só, apenas. Como foi acostumada a ser mimada por todos que por sua vida passavam, desacostumou ser maltratada. Talvez tenha sido isso o motivo da partida, ela pensava. É preciso esclarecer aqui